segunda-feira, 4 de maio de 2009

Paulistanices: a frieza aconchegante

Já faz uma semana e eu tinha esquecido de registrar isso. Foi na terça feira passada, quando eu andava pela Avenida Paulista, por volta da 13h30. A fome me fazia andar depressa, mas o som de uma flauta desacelerou meus passos. Ao olhar para a fonte do som vi um grupo mexicanos trajando roupas indígenas (parecidas com aquelas do desenho do Pica Pau, sabe?).

Como era hora de almoço, um grupo de executivos desocupados parou para olhar a apresentação dos rapazes. Mesmo que eu abomine o som dessas flautas de madeira - invenções do demônio, ao lado de gaitas de fole, flautas doces e xilofones -, abri um sorriso e já ia parar para dar uma simbólica contribuição - uma forma de gratidão pelo esforço daqueles estrangeiros em tornarem a fria e sisuda São Paulo um pouco mais alegre. Mas foi aí que eu reparei. Todos os executivos, sem exceção, mantinham uma distância de, ao menos, 5 metros de distância dos hermanos. Seria medo da gripe suína?

Se sim, chegar perto da caixinha seria correr o risco de um deles espirrar na minha cara antes que eu conseguisse ficar ereta e virar vítima da doença-com-nome-de-bicho do momento. Se não, agentes de saúde poderiam me levar e me por em quarentena mesmo assim, e então eu entraria para a lista das dezenas de casos suspeitos da gripe dos porcos. É, se bem que para isso eu deveria viver em um filme americano bem clichê e não no Brasil, onde as pessoas ainda morrem de dengue e contraem malária a rodo e ninguém fica surpreso com isso. De qualquer modo, lá fiquei eu, parada por uns cinco segundos com a mão no bolso, sem saber o que fazer. Pelo sim ou pelo não, desfiz o sorriso do rosto e apertei o passo.

Sei que deve estar meio tarde para conselhos e alertas, mas se vocês, (poucos) leitores, ouvirem por aí boatos de executivos contraindo a doença misteriosamente, não digam que eu não avisei...

3 comentários:

Gabriel Carneiro disse...

Por isso você demorou tanto, é?

Marília Passos disse...

Malária: eu sobrevivi!

Anônimo disse...

Outro dia estava andando pela Paulista e ví uma cena ímpar: Um cara tocando flauta pelo nariz. Quase tão hilário quanto o homem pastel.