
Como era hora de almoço, um grupo de executivos desocupados parou para olhar a apresentação dos rapazes. Mesmo que eu abomine o som dessas flautas de madeira - invenções do demônio, ao lado de gaitas de fole, flautas doces e xilofones -, abri um sorriso e já ia parar para dar uma simbólica contribuição - uma forma de gratidão pelo esforço daqueles estrangeiros em tornarem a fria e sisuda São Paulo um pouco mais alegre. Mas foi aí que eu reparei. Todos os executivos, sem exceção, mantinham uma distância de, ao menos, 5 metros de distância dos hermanos. Seria medo da gripe suína?
Se sim, chegar perto da caixinha seria correr o risco de um deles espirrar na minha cara antes que eu conseguisse ficar ereta e virar vítima da doença-com-nome-de-bicho do momento. Se não, agentes de saúde poderiam me levar e me por em quarentena mesmo assim, e então eu entraria para a lista das dezenas de casos suspeitos da gripe dos porcos. É, se bem que para isso eu deveria viver em um filme americano bem clichê e não no Brasil, onde as pessoas ainda morrem de dengue e contraem malária a rodo e ninguém fica surpreso com isso. De qualquer modo, lá fiquei eu, parada por uns cinco segundos com a mão no bolso, sem saber o que fazer. Pelo sim ou pelo não, desfiz o sorriso do rosto e apertei o passo.
Sei que deve estar meio tarde para conselhos e alertas, mas se vocês, (poucos) leitores, ouvirem por aí boatos de executivos contraindo a doença misteriosamente, não digam que eu não avisei...
3 comentários:
Por isso você demorou tanto, é?
Malária: eu sobrevivi!
Outro dia estava andando pela Paulista e ví uma cena ímpar: Um cara tocando flauta pelo nariz. Quase tão hilário quanto o homem pastel.
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